Mapeamento do Fenômeno das Terras Caídas: dinâmica da paisagem e impactos socioambientais na comunidade São Luís do Macari, Tefé – AM
Na região do médio Solimões, Amazônia central brasileira, é vivenciado dois períodos sazonais, um de seca e um de cheia do Rio Solimões. Por ser um ambiente dinâmico, as paisagens naturais mudam de acordo com o período, desencadeando fenômenos como a erosão fluvial, localmente denominados pelos ribeirinhos de “terras caídas”. Os fatores que que influenciam nesse processo são diversos, como a infiltração de água no solo, correntezas fortes do rio entre outros. Esses elementos contribuem para eventos que inicia lento até um eventual desabamento de terras em nível catastrófico (IGREJA, CARVALHO e FRANZINELLI, 2010, p.135). Esse fenômeno é comum na região, o que tem trazido impactos para a vida ribeirinha, transformando o ambiente das comunidades, causando diversas mudanças no cotidiano dos moradores, levando muitas vezes a migração. O objetivo dessa pesquisa foi analisar através de imagens de satélite temporais os principais eventos de terras caídas nos últimos anos e os impactos socioambientais para os ribeirinhos. A pesquisa foi desenvolvida na comunidade de São Luis do Macari, localizada na margem direita do Rio Solimões, município de Tefé, Estado do Amazonas. A metodologia baseou-se na revisão bibliográfica, levantamento de imagens de satélites, pesquisa a campo com registro fotográficos por aeronave remotamente pilotada (ARP), máquina fotográfica e celular, aquisição de pontos e trilhas com receptor do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS). A partir dos dados coletados e analisados foi possível obter dados quantitativos e qualitativos sobre a perda de áreas processos erosivos fluviais, demostrando que as terras caídas é um problema grave que coloca diversas populações ribeirinhas em risco e vulnerabilidade. Ressaltando que esse fenômeno causa perdas de plantações, de território e migração de um local para o outro, perda estrutural como de escola, posto de saúde e que são necessárias ações de monitoramento constante, além do mapeamento e disponibilização dos dados em plataformas abertas como o OpenStreetMap.